segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Deus Fala a Jó


Lição 3: Epílogo (42:7-17)

I. A restauração dos três amigos (42:7-10a)

A. Os três amigos são repreendidos (v. 7).
1. O Senhor se dirige a Elifaz, evidentemente o mais velho dos três, como representante do grupo. Observe que no debate com Jó, Elifaz foi o primeiro dos amigos a falar.
2. Os amigos não tinham "dito de Deus o que era reto". Jó é justificado como tendo dito o que era reto.
a. O Senhor não está falando de tudo o que Jó tinha dito porque é evidente que Jó às vezes falou irrefletidamente.
b. É possível que o Senhor esteja referindo-se ao princípio da doutrina dos amigos: o sofrimento é sempre enviado por Deus como uma consequência direta do pecado e na medida do nosso pecado. Conquanto Jó possa ter mantido este ponto de vista em algum momento, no curso da discussão com os amigos ele negou esta afirmação.
c. É também possível que o Senhor esteja se referindo especialmente à declaração de arrependimento de Jó em 42:1-6.
3. Observe os seguintes pontos salientes nas palavras do Senhor:
a. O Senhor menciona a "justiça" de Jó duas vezes (vs. 7b, 8b).
b. Em contraste com a opinião dos amigos que Jó era um grande pecador, o Senhor descreve Jó como seu servo nada menos do que quatro vezes em dois versículos (vs. 7-8).
B. Elifaz é informado das exigências para a restauração (41:8-10).
1. Faz-se necessário oferecer sete bois e sete carneiros como oferendas queimadas e buscar a Jó para que ele ore a Deus em favor deles.
2. Examine a estipulação de Deus à luz do comentário de Elifaz com respeito a Jó em 22:29-30.
3. O versículo 10 indica que Jó na verdade orou por seus amigos, um tributo ao seu caráter em vista de suas vigorosas críticas para com Jó.
II. Restauração da propriedade de Jó (41:10b-17)
A. Depois de sua oração pelos amigos, Jó tem sua prosperidade material restaurada (vs. 10, 12).
1. A Jó, de fato, é dado o dobro do que ele possuia antes de suas provações.
2. A linguagem do texto sugere uma acumulação gradual de animais pela reprodução normal e frutífera.
B. Jó goza de novo do conforto da família e dos amigos (42:11, 13).
1. Evidentemente, aqueles que tinham-no desertado anteriormente, agora vêm e buscam confortar Jó, trazendo-lhe presentes.
2. Ele também tem filhos, sete homens e três mulheres, justo o que ele tinha antes de suas perdas no começo do livro.
C. A restauração da saúde de Jó não é afirmada especificamente, mas o número de anos que ele vive depois de sua aflição implicitamente diz isso (vs. 16-17).
Perguntas Para Estudar:

Por que a ira do Senhor se levanta contra os três amigos?
Em que sentido tinha Jó falado o que era justo sobre Deus?
Como o Senhor salienta que Jó é aceito por ele?
É aparente que Deus exigiu que Jó orasse por seus amigos antes que as perdas dele fossem restauradas (veja v. 10)?
Por que Eliú não foi incluído na repreensão dada por Deus no versículo 7? Opine.

domingo, 10 de agosto de 2014

Análise da pregação em nossas Igrejas hoje.

por: JULIO CESAR FERNANDES REIS

Quando se diz que a pregação em nossas igrejas precisa estar inserida no contexto social em que vivemos, me preocupo.

Sinto o despreparo daqueles que pregam, sem se portar como agentes culturais e sem se importar se suas ideologias correspondem com as diversas realidades que envolvem todas as camadas sociais.

A pregação que assistimos hoje, atende de forma clara os anseios de uma comunidade ou de um indivíduo ?

Que formação, que bagagem de vida aquele pregador tem que, certamente, influenciarão na sua interpretação dos anseios da sua comunidade, em relação ao Evangelho de Jesus Cristo ?

Não é pequeno o número de pregadores que criam suas próprias doutrinas.

Estando, pois, a festa já em meio, subiu Jesus ao templo e começou a ensinar.

Então os judeus admiravam, dizendo: Como sabes estas letras, sem ter estudado?

Respondeu-lhe Jesus: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.

Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo.

Quem fala por si mesmo busca a glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça. João 7:14-18

Vejo como uma grande tarefa para os pregadores atuais, a missão de levar a Boa Nova para todos, não só cristãos.

Pensar no bem comum chega a ser um desafio.

Faça um exercício... olhe para sua comunidade, ai no seu bairro...o que você vê ?

Você vai constatar que a individualidade está se alastrando como praga.

No púlpito um pregador/celebridade, nos bancos indivíduos e suas necessidades pessoais; nas igrejas, nas ruas pessoas olhando constantemente para o relógio, demonstram claramente que estão no limite de seu convívio em coletividade; se apressam para chegar em casa, na segurança de sua zona de conforto; a violência banalizada e a indiferença com a dor do próximo.

Quando estive recentemente no Rio de Janeiro fazendo as provas, o ônibus em que me encontrava passou na linha de fogo de um tiroteio que acontecia naquele momento na entrada da Favela da Maré. Os passageiros se atiraram no chão do ônibus; com habilidade o motorista subiu na calçada e saímos da linha de tiro. O que mais me impressionou foi a aparente tranquilidade de várias pessoas, que estavam em um ponto de ônibus a apenas 50 mts de distância do tiroteio; sinalizavam para os ônibus que passavam sem se incomodarem com os 5 corpos estirados do lado da viatura da polícia.

Esse individualismo é produto da mídia.

Somos induzidos a pensar que se podemos consumir somos felizes; quanto mais consumo, mais feliz posso ser.

Gilles Lipovestsky definiu bem essa situação:

Nosso prazer é capturado pelo mercado, que libera doses temporárias de alegria em resposta à nossa capacidade de comprar coisas. Nossa satisfação transforma-se em produto e nossa alegria em coisas, geralmente não relacionadas com a vida comum, isto é, de todos. Como a igreja está submetida a essa lógica do mercado, sua mensagem precisa ser oferecida como um produto a ser consumido e garantir a satisfação individual dos seus membros / consumidores. Se não pregarmos um sermão que ofereça satisfação garantida, nossos membros/clientes irão “comprar” o produto do evangelho em outra igreja e talvez com um pregador mais eficaz.

LIPOVESTSKY, Gilles, Hypermodern Times Polity. Cambridge Press: Reino Unido. 2005

Nessa visão temos as igrejas como grandes empresas e pregadores como grandes executivos; os fieis são clientes que pagam por um produto na esperança de terem suas necessidades atingidas.

Pregações e sermões bem feitos, podem dar forma a uma comunidade de fé.

Por isso me preocupo.

Uma pregação pode construir ou destruir.

O que estamos anunciando para o mundo ?

Shalom Aleikhem

JULIO CESAR FERNANDES REIS