segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Deus Fala a Jó


Lição 3: Epílogo (42:7-17)

I. A restauração dos três amigos (42:7-10a)

A. Os três amigos são repreendidos (v. 7).
1. O Senhor se dirige a Elifaz, evidentemente o mais velho dos três, como representante do grupo. Observe que no debate com Jó, Elifaz foi o primeiro dos amigos a falar.
2. Os amigos não tinham "dito de Deus o que era reto". Jó é justificado como tendo dito o que era reto.
a. O Senhor não está falando de tudo o que Jó tinha dito porque é evidente que Jó às vezes falou irrefletidamente.
b. É possível que o Senhor esteja referindo-se ao princípio da doutrina dos amigos: o sofrimento é sempre enviado por Deus como uma consequência direta do pecado e na medida do nosso pecado. Conquanto Jó possa ter mantido este ponto de vista em algum momento, no curso da discussão com os amigos ele negou esta afirmação.
c. É também possível que o Senhor esteja se referindo especialmente à declaração de arrependimento de Jó em 42:1-6.
3. Observe os seguintes pontos salientes nas palavras do Senhor:
a. O Senhor menciona a "justiça" de Jó duas vezes (vs. 7b, 8b).
b. Em contraste com a opinião dos amigos que Jó era um grande pecador, o Senhor descreve Jó como seu servo nada menos do que quatro vezes em dois versículos (vs. 7-8).
B. Elifaz é informado das exigências para a restauração (41:8-10).
1. Faz-se necessário oferecer sete bois e sete carneiros como oferendas queimadas e buscar a Jó para que ele ore a Deus em favor deles.
2. Examine a estipulação de Deus à luz do comentário de Elifaz com respeito a Jó em 22:29-30.
3. O versículo 10 indica que Jó na verdade orou por seus amigos, um tributo ao seu caráter em vista de suas vigorosas críticas para com Jó.
II. Restauração da propriedade de Jó (41:10b-17)
A. Depois de sua oração pelos amigos, Jó tem sua prosperidade material restaurada (vs. 10, 12).
1. A Jó, de fato, é dado o dobro do que ele possuia antes de suas provações.
2. A linguagem do texto sugere uma acumulação gradual de animais pela reprodução normal e frutífera.
B. Jó goza de novo do conforto da família e dos amigos (42:11, 13).
1. Evidentemente, aqueles que tinham-no desertado anteriormente, agora vêm e buscam confortar Jó, trazendo-lhe presentes.
2. Ele também tem filhos, sete homens e três mulheres, justo o que ele tinha antes de suas perdas no começo do livro.
C. A restauração da saúde de Jó não é afirmada especificamente, mas o número de anos que ele vive depois de sua aflição implicitamente diz isso (vs. 16-17).
Perguntas Para Estudar:

Por que a ira do Senhor se levanta contra os três amigos?
Em que sentido tinha Jó falado o que era justo sobre Deus?
Como o Senhor salienta que Jó é aceito por ele?
É aparente que Deus exigiu que Jó orasse por seus amigos antes que as perdas dele fossem restauradas (veja v. 10)?
Por que Eliú não foi incluído na repreensão dada por Deus no versículo 7? Opine.

domingo, 10 de agosto de 2014

Análise da pregação em nossas Igrejas hoje.

por: JULIO CESAR FERNANDES REIS

Quando se diz que a pregação em nossas igrejas precisa estar inserida no contexto social em que vivemos, me preocupo.

Sinto o despreparo daqueles que pregam, sem se portar como agentes culturais e sem se importar se suas ideologias correspondem com as diversas realidades que envolvem todas as camadas sociais.

A pregação que assistimos hoje, atende de forma clara os anseios de uma comunidade ou de um indivíduo ?

Que formação, que bagagem de vida aquele pregador tem que, certamente, influenciarão na sua interpretação dos anseios da sua comunidade, em relação ao Evangelho de Jesus Cristo ?

Não é pequeno o número de pregadores que criam suas próprias doutrinas.

Estando, pois, a festa já em meio, subiu Jesus ao templo e começou a ensinar.

Então os judeus admiravam, dizendo: Como sabes estas letras, sem ter estudado?

Respondeu-lhe Jesus: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.

Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo.

Quem fala por si mesmo busca a glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça. João 7:14-18

Vejo como uma grande tarefa para os pregadores atuais, a missão de levar a Boa Nova para todos, não só cristãos.

Pensar no bem comum chega a ser um desafio.

Faça um exercício... olhe para sua comunidade, ai no seu bairro...o que você vê ?

Você vai constatar que a individualidade está se alastrando como praga.

No púlpito um pregador/celebridade, nos bancos indivíduos e suas necessidades pessoais; nas igrejas, nas ruas pessoas olhando constantemente para o relógio, demonstram claramente que estão no limite de seu convívio em coletividade; se apressam para chegar em casa, na segurança de sua zona de conforto; a violência banalizada e a indiferença com a dor do próximo.

Quando estive recentemente no Rio de Janeiro fazendo as provas, o ônibus em que me encontrava passou na linha de fogo de um tiroteio que acontecia naquele momento na entrada da Favela da Maré. Os passageiros se atiraram no chão do ônibus; com habilidade o motorista subiu na calçada e saímos da linha de tiro. O que mais me impressionou foi a aparente tranquilidade de várias pessoas, que estavam em um ponto de ônibus a apenas 50 mts de distância do tiroteio; sinalizavam para os ônibus que passavam sem se incomodarem com os 5 corpos estirados do lado da viatura da polícia.

Esse individualismo é produto da mídia.

Somos induzidos a pensar que se podemos consumir somos felizes; quanto mais consumo, mais feliz posso ser.

Gilles Lipovestsky definiu bem essa situação:

Nosso prazer é capturado pelo mercado, que libera doses temporárias de alegria em resposta à nossa capacidade de comprar coisas. Nossa satisfação transforma-se em produto e nossa alegria em coisas, geralmente não relacionadas com a vida comum, isto é, de todos. Como a igreja está submetida a essa lógica do mercado, sua mensagem precisa ser oferecida como um produto a ser consumido e garantir a satisfação individual dos seus membros / consumidores. Se não pregarmos um sermão que ofereça satisfação garantida, nossos membros/clientes irão “comprar” o produto do evangelho em outra igreja e talvez com um pregador mais eficaz.

LIPOVESTSKY, Gilles, Hypermodern Times Polity. Cambridge Press: Reino Unido. 2005

Nessa visão temos as igrejas como grandes empresas e pregadores como grandes executivos; os fieis são clientes que pagam por um produto na esperança de terem suas necessidades atingidas.

Pregações e sermões bem feitos, podem dar forma a uma comunidade de fé.

Por isso me preocupo.

Uma pregação pode construir ou destruir.

O que estamos anunciando para o mundo ?

Shalom Aleikhem

JULIO CESAR FERNANDES REIS

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Andando no Espírito


Como fazer para não deixar de andar no Espírito - “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde”... Mt.11:29-30
 

VIDA NO ESPÍRITO É ALGO QUE SE RENOVA A CADA MANHÃ. INFELIZMENTE, HOJE EXISTEM PESSOAS SOBRECARREGADAS E ATÉ MESMO DENTRO DA IGREJA. SOBRECARREGADAS POR: CIRCUNSTÂNCIAS, PROBLEMAS E ETC... DEUS QUER NOS LIBERAR DE TODA CARGA ATRAVÉS DESTA VIDA NO ESPÍRITO. (GAL.5:25-26)
COMO FAZER PARA NÃO DEIXAR DE ANDAR NO ESPÍRITO?

1) SENDO FERVOROSO NO ESPÍRITO – Rm 12:11 – SERVINDO AO SENHOR.

Ser fervoroso no Espírito é ser apaixonado pelo Senhor e o seu propósito.
• Infelizmente, hoje a Igreja tem perdido esta paixão.

2)  COMO A IGREJA TEM PERDIDO ESTA PAIXÃO?

A) 
Quando nós deixamos as coisas preciosas se tornarem coisas comuns.
• Hoje em dia o diabo tem tirado o valor de tudo o que tem valor para Deus – Jo.10:10
• O povo de Deus sempre foi conhecido pela sua alegria em toda história.
• A igreja perdeu o fervor na humanização

B) 
Quando começamos a depender das coisas externas, de fora, e não do fluir verdadeiro de Deus – Jo.4:23-24
• Para os filhos de Deus a base  de tudo tem que vir de DEUS, Ele é a única fonte dentro de nós
• Somos o seu templo, e temos que viver como tal
• A cada manhã temos que acordar cheios do Espírito

3) VIVEMOS EM UM MUNDO APÁTICO  Rm 12:1-2
• A apatia vem sobre nós quando nós nos conformamos com a situação.
• Temos que tomar muito cuidado com os nossos filhos

4) A IGREJA TEM PERDIDO A VISÃO DO PROPÓSITO DE DEUS, ELA PERDEU O ALVO.
• Uma Igreja que vê o propósito de Deus com clareza é uma Igreja fervorosa – (Num.13 - 14)
• Os que perdem o alvo morrem no deserto.
• O alvo de Deus deve estar estampado em nós.
• Hoje em dia a Igreja tem se voltado mais para a estrutura do que para as vidas.

5) PORQUE O FERVOR É TÃO IMPORTANTE?
Porque ele é primordial na vida da Igreja, é uma prioridade.
Líderes, pastores, músicos, cada serviço deve ser  realizado com paixão a  Deus. Amor e paixão pelos irmãos – (Jo.13:34-35)
• Não podemos fazer a obra de Deus sem paixão!
• Deve ser uma  prioridade na minha vida o que eu amo. Temos que observar na vida dos discípulos o que é prioridade.
• O que queima por dentro deve fazer diferença por fora
• O que queima por dentro você sente o cheiro por fora, e o cheiro deve ser o cheiro de Cristo.
• Eu sei o quanto custou o preço da minha vida para Jesus.
• Eu não devo ficar preocupado em ser o melhor, mas em dar o melhor para Deus, o melhor para o Senhor da minha vida.
• Ser apaixonado por tudo aquilo que Deus ama.

COMO RESTAURAR A PAIXÃO PELO MOVER?
1) OLHANDO PARA JESUS – É IMPOSSÍVEL ALGUÉM OLHAR  PARA JESUS E NÃO FICAR APAIXONADO POR ELE . – Ef 5:14/ Hb 12:2/ 2Co 3:18
• Nós contemplamos o Senhor Jesus, contemplando o verbo = a palavra.
• Contemplar Jesus é contemplar a palavra de Deus.
• Podemos contemplar Jesus olhando para os nosso irmãos – Mt 18:20

2) PODEMOS RESTAURAR A PAIXÃO RETORNANDO AO PRIMEIRO AMOR.
• Deve ser uma prioridade – Ap. 2:4
• Voltar ao primeiro amor fala de valores que se perderam
• Temos que resgatar os valores perdidos
• Primeiro amor é comunhão com Deus

3) DEIXE O ESPÍRITO SANTO ATIVAR OS SEUS DONS. 
• Muitos não aprendem a desenvolver os seus dons – Ef 4:8
• Muitos enterraram os seus dons
• Temos que ajudar cada discípulo a desenvolver os dons
• Cada um tem um dom pelo menos – 1Pe 4:10
• A partir do natural Deus dá o sobrenatural

4)  FAÇA TUDO, AINDA QUE SEJA POUCO, FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS
• Identifique os dons
• Santifique
• Deus unge tudo isso
• Submeta os seus dons ao corpo
• Submeta os seus dons aos líderes
• Submeta os seus dons a palavra de Deus

- Não agrada a Deus o enterrar os talentos – Mt 25:14-30
- A Igreja deve ser um lugar onde os dons precisam ser despertados

5) VIVA E ANDE PERTO DE GENTE APAIXONADA POR DEUS.
• Jovens, olhem para pessoas apaixonadas por Deus
• No trabalho, seja sócio de pessoas apaixonadas por Deus

6) NUNCA SE ESQUEÇA DE TUDO O QUE DEUS FEZ POR VOCÊ     
• Um exemplo negativo – o povo de Israel – Nm 12 e 14
• Sl 103 – Seja sempre grato ao Senhor por tudo, e nunca se esqueça do que Ele  já fez por você.

Asaph Borba

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Humildade

 A Humildade


A palavra "humildade" e as suas formas (humilhado, humilhação, humildemente, humilha, etc.) é usada mais que 70 vezes pela Bíblia. O uso numeroso desta palavra pela Bíblia nos dá uma idéia da sua importância para nós.
Pode ser que a humildade signifique qualidades diferente para pessoas diferentes. Olhando no dicionário entendemos que essa virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza (Aurélio) é uma qualidade boa na vida de qualquer pessoa. O humilde é comparado a uma pessoa respeitosa, reverente e submissa. Como uma pessoa pobre não pode se gloriar de grandes posses, uma pessoa humilde não se gloria de grandes qualidades.
O que significa essa palavra na Bíblia?
Examinando quais palavras são usadas por Deus na inspiração da Sua Bíblia para expressar essa qualidade de humildade, podemos aprender muito. Queremos examinar as palavras usadas tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento. Assim podemos tirar as nossas próprias conclusões.
Quando essa palavra está usada no Velho Testamento pode significar:
  • Sentir-se menos em mente, ser brando; ou em circunstancia, pobre ou piedoso ! subjetivo - #6035, Strongs. Esse significado é a raiz de 6038 e 6031.
  • condescendência ("humildade" - Prov. 15:33; 18:12; 22:4), que é de ceder voluntariamente. Se um homem faz isto é chamado modéstia. Se o divino faz isto é chamado clemência (#6038, Strongs) .
  • Rebaixamento voluntário ou forçado, submissão ("humilhar-te" ! Êx. 10:3; Deut 8:2,3, 16; "humilhado" ! Deut 21:14; "humilhou" ! Deut 22:24,29; Ezequiel 22:11; "humilhai-as" Juízes 19:24; "humilhava" ! Sal. 35:13; "humilharam" ! Ezequiel 22:10; - #6031, Strongs)
  • Dobrar o joelho, conquistar ("se humilhar" ! Lev 26:41; II Cron. 7:14; "se humilha" ! I Reis 21:29; "te humilhaste" ! II Reis 22:19; "se humilharam" ! II Cron.12:6; 30:11; "se humilhavam" ! II Cron. 12:7; "humilhando-se" ! II Cron. 12:12; "se humilhou" II Cron. 32:26; 33:12,23; 36:12; "se humilhasse" ! II Cron. 33:19; "se humilhara" II Cron. 33:23; "te humilhaste" ! II Cron. 34:27 ! #3665, Strongs).
  • Aquele que sente-se menos em mente, ou em circunstancia ! objetivo - ("aflitos" ! Sal. 9:12; "humildes" ! Sal. 10:12; "mansos" ! Sal. 10:17; 34:2 ! #6041, Strongs).
  • Ser rebaixado, ser degradado ! ( "se inclina"- Sal. 113:6; "ser humilde" ! Prov. 16:19; "se abate"- Isaías 2:9; "te abaterem" ! Jó 22:29; "humilhai-vos" ! Jer. 13:18 - #8213, Strongs).
  • Se rebaixar ("humilhaste"- Daniel 5:22, # 8214, Strongs).
  • Baixeza ("humilde"- Jó 22:29 - #7807, Strongs).
  • Quebrado, contristado ("se humilharam"- Jer. 44:10 - #1792, Strongs)
  • Prostrar-se, adorar ("me inclino" ! II Sam 16:4 - #7812)
  • Ser modesto ("humildemente" ! Miquéias 6:8 - #6800)
  • Si pisar ("humilha-te" ! Prov. 6:4, #7511, Strongs)
  • Se diminuir ("se abate" ! Lam 3:20, #7743, Strongs)
  • Se agachar ("abaixa-se"- Sal. 10:10, #7817, Strongs)
Quando essa palavra é usada no Novo Testamento, pode significar:
As palavras em grego usadas para descrever a virtude de humildade são todas relacionadas umas com as outras. Examinaremos em detalhe somente duas destas palavras gregas. Os demais versículos das outras palavras gregas dariam sentido quase igual com essas palavras e, portanto, somente daremos um resumido espaço a elas.
  • #5011 (Strongs) Ser deprimido (abatido, enfraquecido) em circunstancias (pobreza) ou em disposição (atitude). Os seus usos pelo Novo Testamento:
Cristo é nosso exemplo primário:

Mat. 11: 29, "que sou manso e humilde de coração" (de atitude) ! Isaías 53:2,3, "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens"; 42:3 "A cana trilhado não quebrará, nem apagará o pavio que fumega;" (Mat. 12:20)
Lucas 1 :52, "elevou os humildes" (pobres) como Maria. Apesar de sua baixa estimação pela sociedade (Luc. 1:48), Deus a usou como um maravilhoso instrumento para operar a Sua vontade para toda a humanidade que crê. Assim Deus opera ainda hoje (I Cor. 1:26-29, "não são muitos os sábios , ... poderosos, ... nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; ... as coisas fracas para confundir as fortes; ... as coisas vis e desprezíveis, e que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne glorie perante Ele.")


Humildade É O Nosso Dever

Romanos 12:16,
"Sede unânimes entre vós;" - não é o ecumenismo que está sendo ensinado neste versículo. O que está sendo ensinado é aquela atitude demonstrada por Jesus e os demais santos bíblicos. Jesus mesmo disse: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mateus 7:12). A mesma verdade aprendemos com Tiago quando disse: "Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis" (Tiago 2:8). Perante os olhos de Deus todos somos igualmente pecadores, e todos precisam se arrepender de seus pecados crendo pela fé em Cristo.
Em vista disso a Bíblia diz: "...não ambicioneis coisas altas..." Romanos 12:7. Ainda em Gálatas 6:2 Paulo diz: "Levai as cargas uns dos outros ..." Em Tiago 1:27 podemos ler: "Visitar os órfãos e as viúvas na suas tribulações ...". Aprendemos então que não devemos ter pretensões superiores sobre os nossos semelhantes.
Podemos notar registrado em Mateus as preciosas lições de humildade ensinadas por Jesus aos seus discípulos: "Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mateus 20:25-28).
"...mas acomodai-vos às humildes..." (Romanos 12:16). Também devemos gostar da companhia dos pobres e dos que são despojados de quaisquer qualificações, Tiago 2:1-5. Em Provérbios. 3:7 podemos observar o sábio conselho de Salomão: "Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal".

Humildade É A Obra de Deus

Em II Cor. 7:6 diz: "Mas Deus, que consola os abatidos..." Os cristãos que têm tribulações, pobreza e sentimentos de fraqueza, sem dúvida alguma usufrui da companhia do poderoso Consolador, o próprio Deus.
O sábio tem a sua sabedoria para lhe consolar.
O forte tem a sua força para lhe consolar.
O rico tem a sua riqueza para lhe consolar.
Porém, os fracos podem conhecer a beneficência, juízo e justiça do próprio Deus. Este é o consolo que o abatido pode gloriar-se (Jer. 9:23,24). Porém, não se glorie de sua pobreza, mas em Deus. A pobreza pode ser um fator convincente da sua necessidade de Deus, mas a glória deve ser dada a Deus.
Em Tiago 4:6 e em I Pedro 5:5 lemos: "Deus dá graça aos humildes" . Deus ampara os desamparados e os humildes. Os que se julgam auto-suficiente, não precisam de amparo. Deus dá ajuda em tempo oportuno aos humildes. Os que se julgam poderosos, não precisam de graça. A graça de Deus sempre está ao lado dos espiritualmente fracos e necessitados. Veja o que Jesus disse a respeito disso em Marcos 2:17 e também em Lucas 5:32 Aos que se julgam perfeitos não precisam de misericórdia. Jesus Cristo está pronto para salvar todos aqueles que estão conscientes de sua falência espiritual. Veja esta grande verdade em Hebreus 4:15,16. Quando o pecador chega a conclusão da sua precária condição espiritual diante de Deus, então só resta chegar ao trono da graça para obter a misericórdia divina. Reconhecer a sua necessidade espiritual é dadiva de Deus.
É aconselhável que os humildes conheçam a importância desta ajuda: não há virtude na qualidade de ser pobre e fraco. Essas condições porém revelam a necessidade da ajuda divina. Certamente que a ajuda divina vem quando o pecador em qualquer circunstância chega ao trono da graça. Diante do trono da graça os humildes e miseráveis, espiritualmente falando, devem lançar sobre Ele as suas ansiedades (I Pedro 5:7-9); aproveitar dos sábios conselhos da Palavra de Deus (Sal. 19:9-11); ser mais obediente à Palavra do Senhor com determinação e fé (Fil. 4:6-9). Essa é a ajuda que todos recebem de Deus quando O procuram.
O Exemplo de Paulo nos Ensina
Em II Cor. 10:1 encontramos o apóstolo Paulo dizendo: "...quando presente ... sou humilde". Em nenhuma ocasião Paulo se achava um bonitão ou um auto-suficiente. Depois de sua conversão a Cristo, Paulo despiu-se de todo orgulho carnal e de todas vantagens que tinha em sua vida religiosa. Antes de aceitar Cristo, Paulo usufruía de muitas vantagens e prestígios em sua vida religiosa. Veja o que ele mesmo disse: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé..." (Gálatas 3:7-9). Depois de convertido Paulo tinha as provações e sofrimentos que eram marcas de um discípulo sincero que fez ele sentir as suas fraquezas (II Cor. 11:23-30; Gal. 6:17).
Conforme acabamos de ver, o apóstolo Paulo poderia confiar muito na carne. Vantagens não lhe faltava. Ele era circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamin, hebreu de hebreus; segundo a lei, foi fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível (Fil. 3:4-6). Todavia, no seu ministério, ele não usou sublimidade de palavras ou de sabedoria, mas, sentiu-se em fraqueza, e em temor e em grande tremor. A sua palavra, e a sua pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder (I Cor. 2:1-5). Paulo se considerava crucificado com Cristo (Gal. 2:20). A sua glória era na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo estava crucificado para ele e ele para o mundo (Gal. 6:14; I Cor. 2:2, "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado."). Paulo sentia-se humilde para consigo mesmo, mas ousado com a verdade (II Cor. 10:1, "ousado para convosco").
A atitude de Paulo para com as fraquezas, as injurias, as perseguições e as angustias, é uma lição para o Cristão. Se essas fraquezas ensinam o convertido em Cristo a se aperfeiçoar no poder de Deus mediante a fé no Senhor Jesus, então ele pode sentir prazer nelas (II Cor. 12:5-10). Também o Cristão é ensinado pelo exemplo de Paulo, que, por mais usado seja no ministério, a glória toda pertence a Deus.

Temos Um Consolo

Tiago 1:9, "glorie-se o irmão abatido" (Tiago 5:6).
Por que este deve gloriar-se? Porque quando nos humilhamos somos exaltado por Deus. Vamos examinar o que Pedro disse: "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte" (I Pedro 5:6). Quando chegamos no auge de nossa falência espiritual, sentindo a falta de prestígio social e desprezo dos homens, então deixamos de confiar plenamente na carne e voltamos a buscar as infinitas misericórdias do bondoso Deus.
Por que o humilde é exaltado? Porque ele tem a sabedoria, o amparo, a graça e a misericórdia de Deus! Esses são atributos que os orgulhosos e os auto-suficientes nunca podem conhecer.
Aprendemos então que há grandes bênçãos em nossas fraquezas e limitações. Sem dúvida alguma que há grandes vantagens ao conscientizar-nos de nossas limitações diante de Deus. O apóstolo Paulo disse: "...me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte" (II Coríntios 12:9-10). Quando os crentes sentem em si mesmos "lixos" espirituais então recorrem ao trono da graça, e o Senhor os exaltam com consolo e sabedoria que jamais a força humana poderia atingir.
Como está a sua atitude de si mesmo? Necessita do amparo divino? O que Ele oferece é um maior conhecimento de Si mesmo. Isso basta?
Uma outro palavra grega que queremos estudar é:
  • Baixeza de mente, modéstia - #5012, Strongs. Os seus usos pelo Novo Testamento:
Humilde Como Paulo
Atos 20:19, "Servindo ao Senhor com toda a humildade". Exemplos de uma vida humilde na vida do apóstolo Paulo:
Atos 13:6-12 - confronto com Elimas, o mágico em Chipre
Atos 13:45-47, 50-52 - confronto com judeus invejosos - Antioquia
Atos 14:2-7 - confronto com judeus invejosos ! Icônio
Atos 14:19,20 - confronto com judeus invejosos ! Listra Paulo não se exaltou, mas teve a ousadia em obedecer a Palavra de Deus e cumprir a sua vocação fielmente. Aprendemos que "servindo ao Senhor com toda a humildade" não significa que é errado apontar e confrontar o erro. A humildade nunca deve ser confundida com a frouxidão. O servo de Deus que serve "ao Senhor com toda a humildade" pode expor o erro. Paulo corajosamente confrontou o erro e exemplificou grande ousadia em seu ministério, mas, mesmo assim testemunhou-se serviu "ao Senhor com toda a humildade
Os servos de Deus vivem nos dias de hoje com este grande dilema. Muitos confundem humildade com a falta de coragem de expor publicamente o erro da humanidade. Há até mesmo nos dias de hoje pastores light Os membros das igrejas exigem dos pregadores pregações light. Light, segundo o dicionário Aurélio, significa moderado, não radical. Porém o Senhor Jesus numa calorosa pregação, Ele repetidas vezes chamou os fariseus e os escribas de hipócritas. Veja o capítulo 23 de Mateus. Jesus não foi light em suas pregações. E ninguém pode negar que Jesus era humilde e manso de coração, Mateus 11:29.
Humildade É O Dever do Cristão
Efés. 4:1,2 ! "Andar digno da vocação ... com toda a humildade". A nossa vocação, tanto a sua chamada quanto o seu desempenho, não é pelas qualidades superiores do homem ou pelas espertezas da sabedoria humana (I Cor. 2:4,5, "A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana"; II Cor. 3:5, "a nossa capacidade vem de Deus; Efés. 3:7, "dom da graça de Deus ... segundo a operação do Seu poder"; II Cor. 4:4-6, "não nos pregamos a nós mesmos"). Devemos usar tudo que Deus nos dá para a sua glória lembrando-nos no mesmo instante que sempre temos pecado e fraquezas (Romanos 7:24; Col. 2:6).
Para andar com modéstia, não é necessário negar nossos talentos ou nossos dons. A humildade não deve negar a existência de uma capacidade nem o seu uso. Modéstia não pode transformar a timidez em uma virtude. Devemos ser obedientes de alma e de todo o coração! Todavia um dos segredos da humildade é reconhecer os talentos e dons nos outros, Fil. 2:1-8. Mesmo obedecendo a Palavra de Deus, usando as qualidades que Deus tem nos dado, não faz que somos mais do que os outros, I Pedro 3:8, "afáveis"; 5:5.
Na realidade, somente podemos ser obedientes com uma atitude correta para com as nossas capacidades e as dos outros, se somos guiados pelo Espírito Santo (Col. 3:12-13). Será observado que essas qualidades com quais devemos andar dignos da nossa vocação, com toda a humildade, são aquelas qualidades listadas em Gálatas 5:22, ou seja, o fruto do Espírito Santo.
A humildade verdadeira não é uma atitude produzida pela filosofia humana, mas pela influência do Espírito Santo na vida Cristã. Portanto não procure ter as qualidades do Espírito Santo sem ter o próprio Espírito. É necessário conhecer Cristo como seu Salvador para conhecer o Espírito Santo na sua vida. Se conhece Cristo, já tem o Espírito Santo (Romanos 8:9). Se já conhece Cristo, cresce na graça e verá que as qualidades de Cristo serão manifestas na sua vida, inclusive essa qualidade de modéstia. Se não conhece Cristo, roga a Deus que Ele seja misericordioso para salvar mais um pecador.
Existem Cuidados sobre O Assunto
Colossenses 2:8-23 ! v. 18, "pretexto de humildade". Existe uma humildade que não é verdadeira, que é usada para fins não lícitos. Essa falsa humildade é fruto das filosofias e vãs sutilezas segundo os rudimentos do mundo. Os pretextos da falsa humildade procuram melhorar o homem para que ele possa merecer a salvação ou possa melhorar a sua posição diante de Deus. A humildade falsa segue as regras do homem ou da religião e não Cristo (v. 8). A intenção dessa humildade voluntária, ou seja, aquela filosofia que tem a sua origem na vontade do homem, é de fazer aparecer os atributos de Cristo sem ter o próprio Cristo. Os pretextos de humildade têm o propósito de impressionar Deus. Os pretextos de humildade não levam ninguém a ser salvo pois podem faltar o principal: a nova natureza ou a genuína conversão em Cristo. Se tiver a nova natureza, já não é necessário melhorar a posição em Cristo, pois, para com Deus, estar em Cristo basta. Verdadeiramente, os pretextos de humildade são somente para a satisfação da própria glória do homem (v. 18, "carnal compreensão"; v. 23, "satisfação da carne").
Uns exemplos de como os pretextos são somente da carnal compreensão ou a satisfação da carne, são as vidas austeras dedicadas às privações nos mosteiros e nos conventos, a severa auto flagelação durante a páscoa nas ilhas Filipinas, as duras penitências dos católicos, as proibições de usar cores vivas na vestimenta, abstinência de eletricidade nos lares, privações de motores e máquinas na vida dos Amish, e as longas listas de várias regras e rígidas proibições do neo-pentecostalismo, etc. Nenhumas dessas atividades, por mais sinceras que sejam, jamais levam alguém a ser mais como Cristo na obediência das Escrituras.
É necessário ter Cristo para ser salvo e para agradar Deus na adoração verdadeira. Em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade e não nas filosofias segundo os homem (v. 9). O pecador é salvo por Cristo, e assim, não falta nada para agradar Deus. Portanto os salvos não precisam das vãs sutilezas do homem (v. 10). É desnecessário toda e qualquer obra do homem para a salvação. A obra vicária de Cristo basta para a salvação e também para a vida cristã. Portanto, não necessitamos qualquer obra oriunda da tradição dos homens para estes fins (v. 11). O poder de Deus transforma a vida dos salvos para ser o que deve ser pública e espiritualmente sem a adição de qualquer melhora que a compreensão do homem possa sugerir (v. 12,13).
O necessário é Cristo. Foi Cristo quem riscou a cédula (nota promissória), na qual constava toda a dívida do pecador descrita pela lei de Moisés. Moisés pela lei descreveu a imensa dívida que o pecador tinha para com Deus. O homem conspurcado ou enlameado em seus pecados jamais poderia saldar esta dívida. Jesus Cristo anulou este documento que constava a dívida do homem, (v. 14). Cristo, sozinho, e somente Ele, despojou todos os principados e potestades e deles triunfou pelo Seu próprio poder, não necessitando alguma ajuda do homem para completar a vitória (v. 15). Deus fica plenamente satisfeito pelos que estão em Cristo; e as filosofias, as tradições, as cerimônias, os rituais e as privações segundo os rudimentos do mundo em nada podem melhorar o que já é perfeito.
Não é por comer ou deixar de comer; por beber ou deixar beber; por participar ou deixar de participar de uma festa especial; por cultuar ou deixar de cultuar a lua nova ou por guardar ou não o sábado que faz o cristão ter os atributos corretos (v. 16). O essencial é estar em Cristo para agradar a Deus. Quando o cristão está em Cristo o Espírito Santo o transforma à Sua imagem (Col. 3:10). Sendo assim, o crente não precisa de nenhuma regra como: não toques, não proves, não manuseias (Col. 2:21).
Se o homem depende das obras de humildade para ser salvo ou para agradar a Deus, certamente é um grande ignorante que está seguindo a sua carnal compreensão e não está ligado à Cristo. Cristo é O único cabeça pelo qual o pecador chega a Deus (Col. 2:18-19; João 14:6).
É muito mais fácil praticar pretextos de humildade, elaborar doutrinas e preceitos dos homens (v. 22), do que submeter-se a Cristo para a salvação e para servi-lo com uma adoração pública e sincera. Para ser salvo é necessário conhecer Cristo mediante o arrependimento e fé nele. Para agradar Deus na adoração correta é preciso conhecer bem as doutrinas da Palavra de Deus. É necessário ser ligado à cabeça e crescer nEle. Só assim crescerá em aumento de Deus (v. 19; Efésios 4:11-16). Sem esse crescimento, só haverá no homem as aparências de sabedoria que agradam apenas a carne.
O cristão não será julgado pelos seus pretextos de humildade, mas pela própria Palavra de Deus. O pecador deve conhecer Cristo como Salvador e Senhor para agradar Deus e assim terá a Sua salvação. Certamente Deus se agradará do pecador que entrega totalmente a sua vida a Cristo, fazendo uma renúncia completa e irrestrita de tudo o que tem. Jesus mesmo disse: "Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:33).
Você está em Cristo? A humildade é importante na vida cristã, mas de nenhuma maneira nos salva. A humildade somente manifesta as qualidades de Cristo naqueles que já estão nEle e que estão sendo transformados mais e mais à sua imagem. A humildade é o resultado de estar em Cristo e não a causa da salvação ou crescimento na santificação. Em outras palavras, quando se está em Cristo como Único e Exclusivo Salvador, então inevitalmente a humildade e santificação serão as suas marcas.
Vamos examinar brevemente as outras palavras gregas usadas para ensinar sobre o humildade no Novo Testamento.
  • Baixeza de condições (capacidades) e coração (atitude de si) - #5013. Os seus usos pelo Novo Testamento:
Mat. 18:4, "humilde"; 23:8-12, "humilhado" Aprendemos que as regras do reino de Deus é diferente das regras do mundo (I João 2:16) ;
Luc. 3:5, "se aplanarão". Deus pode abaixar o que se exalta (Daniel 4:37);
Luc. 14:11, "humilhado"; 18:14, "humilhado". Aprendemos que o regimento no reino de Deus é diferente do que o do mundo, I João 2:16;
II Cor. 11:7, "humilhando-me a mim mesmo". Aprendemos que trabalhar sem salário é humilhante. A igreja tem obrigação de fazer o que é digno, até em dobro, para com aquele chamado que trabalha entre ela (I Tim 5:17). O servo de Deus é pronto para humilhar-se (trabalhar sem receber), mas a posição dos que são ensinados por ele, não devem permitir que isso aconteça (Gal. 6:6);
II Cor. 12:21, "me humilhe". O fruto da obra é o gozo e a coroa do obreiro (Fil. 4:1). O obreiro se entristeça por não ter o fruto esperado;
Em Filipenses 2:8 a Bíblia diz que Jesus "humilhou-Se". Em Atos 8:33 Lucas cita o profeta Isaías 53:8 onde diz que Jesus foi tirado da terra. Isto é, Jesus foi morto pelos homens maus. Jesus se humilhou como nenhum outro ser no universo. Ele, como o Jeová Todo-Poderoso, se cansou, João 4:6; Jesus sendo o Onipotente Deus não sabia o dia de sua volta aqui na terra, Marcos 13:32; Jesus Cristo sendo o Onipresente Deus, João 3:13 não estava presente na morte de Lázaro; o Divino conheceu fome, sede, choro e morte. Se o supremo Jesus, sendo o próprio Deus Divino se fez pecado por nós, então nós devemos agüentar resignadamente as fraquezas dos irmãos (Efés 4:32)!;
Fil. 4:12, "abatido". Paulo sofreu em sua carne a mais amarga experiência do abatimento. Ele foi desprezado, Atos 14; tinha um espinho na carne, II Cor. 12:7-9; foi escandalizado, II Cor. 11:29; conheceu fome, Atos 20:34.
Tiago 4:10, "Humilhai-vos". É difícil nos humilhar, nos arrepender e ter vergonha do erro, mas essa atitude funciona; I Pedro 5:6, "Humilhai-vos".
  • Baixeza em posição (baixa estimação diante dos outros) ou em sentimento (meigo) ! #5014, Strongs. Os seus usos pelo Novo Testamento:
Lucas 1:48, "na baixeza"; Atos 8:33, "humilhação" ; Fil. 3:21, "corpo abatido". Não devemos gloriar nos muito neste corpo. O pecado reside nele, Romanos 7:18,23; Tiago 1:10, "abatimento". É uma vergonha viver uma mentira e colocar prioridades no que é temporal, por isso, é uma glória para um rico em bens materiais ser feito fraco.
Depois de estudar estas palavras hebraicas e gregas que são traduzidas em humildade e as suas variadas formas, entendemos que !humildade? trata-se de uma forma ou outra de rebaixar. Esse rebaixamento pode ser forçado (como por exemplo, ser vencido por alguém ou algo mais forte; ser pobre por natureza ou por falta de capacidade), ou pode ser rebaixamento voluntário (como por exemplo, piedade, modéstia ou assumir uma atitude de humildade). Essa condição é louvável na medida que o humilde procura o trono da graça para aprender de Cristo. A modéstia não faz da timidez uma virtude, mas reconhece os talentos que Deus tem dado e procura usá-los para a glória de Deus. Essa boa condição também procura reconhecer as qualidades que Deus tem dado aos outros. Somos avisados também que não é a humildade que nos faz ser aceitos diante de Deus, mas o fato de estarmos em Cristo. Estando em Cristo, teremos as qualidades necessárias que provêm Dele, incluindo a humildade. A humildade não é fruto de filosofias do homem, mas o fruto da obra do Espírito Santo trazendo-nos a participar em Cristo. Está em Cristo?
A Importância de Humildade
Quando somos humilde tornamo-nos como Cristo Mateus. 11:29 registrou a revelação da humildade e mansidão de Cristo nas seguintes palavras: "... sou manso e humilde de coração". Também em outras partes do Novo Testamento encontramos o registro de que Jesus era manso, submisso e humilde. Mateus. 21:5; Lucas 22:27, "Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve."; "todavia não se faça a minha vontade mas a Tua.", Lucas 22:42; "...esvaziou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante na forma de homem;" Filipenses 2:7. Cristo, como temos estudado, mesmo sendo o Onipotente, se cansou, João 4:6; mesmo sendo o Onisciente, não sabia o dia da volta do Seu Pai, Mateus. 24:36; mesmo sendo o Onipresente, não estava presente na morte de Lázaro, João 11:15; mesmo sendo o Divino, conheceu fome, Mateus. 4:2; sede, João 19:28. Jesus chorou, João 11:35 e, Jesus, o Todo-Poderoso Deus, experimentou a morte, João 19:30. Sabendo o que Jesus, sendo o eterno Deus se fez pecado por nós, nós também devemos suportar as fraquezas dos nosso queridos irmãos, Efésios. 4:32! Devemos imitar a humildade de Cristo em nosso ministério. O apóstolo Paulo disse em II Tim 2:24: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor;"
Quando somos humildes tornarmo-nos como os santo homens de Deus. Em Gên. 39:19-23, José achou "graça aos olhos do carcereiro-mor" pois o Senhor "estendeu sobre ele a Sua benignidade"; Moisés, Núm. 12:3, "era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra."; Ester 4:16 humildemente disse: "... se perecer, pereci". Jó, o homem que deu o grande exemplo de paciência e sofrimento, falou: "me abomino e me arrependo no pó e na cinza.", Jó 42:6. O grande rei e profeta Davi disse: "SENHOR, Tu me sondaste, e me conheces", Sal. 139:1. Eis as estupendas palavras do profeta Isaias: "...Ai de mim! Pois estou perdido; porque eu sou um homem de lábios impuros...", Isaías 6:5. Em Jeremias 1:6 lemos: "...ainda sou menino.". Foi dito do grande homem de Deus, Daniel, que superou pela fé vários obstáculos que ele tinha "espírito excelente"; Daniel 5:12; 6:3.
Paulo, o apóstolo dos gentios humildemente disse em sua primeira carta aos Coríntios: "...quando fui ter convosco, ... não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria"; I Cor. 2:1. Em Gálatas 6:14 ele confessou: "...o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo". Ainda este mesmo Paulo falou aos Efésios o seguinte: "A mim, o mínimo de todos os santos", Efésios. 3:8. O apóstolo Pedro, dando testemunho das santa mulheres do Antigo Testamento, disse: "...um espírito manso e quieto ... assim se adornavam as santas mulheres que esperavam em Deus", I Pedro 3:4-6. Compreendendo que somos "rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta", Hebreus 12:1.
Quando sabemos da importância da humildade, livramo-nos daquelas tristezas que vêm por não conhecer as obras de Deus. Ignorância é tolice. A Bíblia diz claramente que: "...não é bom ficar a alma sem conhecimento", Provérbios. 19:2. O próprio Senhor Jesus disse: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus", Mateus 22:29. Tolice é resmungar por aquilo que é para nosso bem e para a glória do nosso Senhor Jesus ("Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberemos o mal?", Jó 2:10). Em Romanos 8:28 está escrito: "...todas as coisas contribuem juntamente para o bem..." Ainda em Romanos 11:36: "...para Ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele eternamente...". Às vezes para nossa humilhação é necessário um "espinho na carne" (II Cor. 12:7-9), ou outras quaisquer aflições. Sabendo que Deus é sábio em seus planos e que Ele controla todas as coisas, então podemos nos regozijar nas tribulações (Tiago 1:2-4) ao invés de lamentar!
Quando nos tornamos humildes livramo-nos do maldito orgulho e as desastrosas conseqüências que a falta dela traz para alma. Sabemos que as conseqüências do pecado são muitas. Essas conseqüências podem ser vergonha pública, conforme podemos ver em Lucas. 14:7-14; doenças graves, II Crônicas. 26:16-21; "grande ira", II Crônicas. 32:25,26; perda de responsabilidades, Daniel 5:20-30, ou outra espécie de contenda. Não há como ter as bênçãos de Deus pela falta de humildade, pois "da soberba só provém a contenda", Provérbios. 13:10. As graves conseqüências da carne são corrupção, Gal. 6:8, e nunca podem operar a justiça de Deus, pois em Tiago lemos: "Porque a ira do homem não opera justiça de Deus" (Tiago 1:20). Quando somos humildes, poupamo-nos de muita vergonha, II Cor. 10:5).
Quando não somos humildes gabamo-nos de supostas qualidades como Nabucodonosor, Daniel 4:30; enchemo-nos de soberba como Herodes, Atos 12:22,23; exaltamo-nos como os príncipes contra Daniel, em destruir ou tirar vidas humanas, Daniel 6:4-13, 24; caímos na tentação de nos exaltar, Mateus 23:9-12; e inchamo-nos com a ciência, I Cor. 8:1, "a ciência incha". Devemos entender que quando excitamos a nossa carne, "não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito falacioso aí há perturbação e toda a obra perversa." Tiago 3:13-18. Portanto há muito proveito e vantagens espirituais quando exercitamos a humildade.


Bibliografia
Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1994. Concordância Fiel do Novo Testamento. Vol. I e II, Editora Fiel, São José dos Campos, 1994
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, 
Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1a edição, sd.
GILL, John, 
Commentary on the Whole Bible. Online Bible, Ver 7.05b, OnlineBible.org 05/98
PIETZSCHKE, Fritz, 
Novo Michaelis, Dicionário Ilustrado. 23o Edição, Edições Melhoramento, São Paulo, 1978.
STRONG, JAMES LL.D., S.T.D. 
Abingon?s Strong?s Exhaustive Concordance of the Bible
. Nashville, Abingdon, 1980.

 


Pastor Calvin GardnerCorreção gramatical e adaptação: Pastor Antonio Carlos Dias 12/01
Fonte: PalavraPrudente.com.br 

domingo, 20 de julho de 2014

A Gloriosa Graça de Deus

Há aproximadamente cem anos, Julia H. Johnson compôs a letra de um hino intituladoGrace Greater Than Our Sin [“Graça Maior que o Nosso Pecado”; conhecido em português pelo título: Graça de Deus, Infinito Amor]. A quarta estrofe desse hino sintetiza com muita propriedade o conceito da graça de Deus:
Maravilhosa, 
incomparável graça,
concedida livremente a todo
o que nEle crer;
tu que anelas ver Sua face,
queres neste instante
Sua graça receber?
Nós que recebemos a graça de Deus por intermédio de Jesus Cristo, de fato, constatamos quão maravilhosa e incomparável é essa graça. Entretanto, qual é o significado da expressão Graça de Deus?

A Definição da Graça de Deus

A definição encontrada em um dicionário para o termo graça é a seguinte: “O favor imerecido que Deus concede ao homem”. Embora tal definição seja verdadeira, é incompleta. Graça é um atributo de Deus, um componente do caráter divino, demonstrada por Ele através da bondade para com o ser humano pecador que não merece o Seu favor.
Um Deus santo não tem nenhuma obrigação de conceder graça a pecadores, mas Ele assim o faz segundo o bem querer da Sua vontade. Ele demonstra graça ao estender Seu favor, Sua misericórdia e Seu amor para suprir a necessidade do ser humano. Visto que o caráter de Deus é composto de graça, movido por bondade Ele espontaneamente se dispõe a conceder Sua graça à humanidade pecadora em nosso tempo de aflição. A graça de Deus pode ser definida como “aquela qualidade intrínseca do ser ou essência de Deus, pela qual Ele, em Sua disposição e atitudes, é espontaneamente favorável” a outorgar favor imerecido, amor e misericórdia àqueles que Ele escolhe dentre a humanidade desmerecedora.1

A Declaração da Graça de Deus

Ao longo de toda a Bíblia, a graça de Deus se manifestou em três estágios. No primeiro, Deus revelou Sua bondade e graça ao demonstrar misericórdia, favor e amor para com todos os homens em geral, mas para com Israel em particular. No segundo estágio, Deus expressou ou apresentou Sua graça, de forma mais clara, através de Jesus Cristo, o qual veio ao mundo para pagar pelos pecados do homem mediante Sua morte sacrificial na cruz. No terceiro, a graça de Deus proporciona salvação e santificação a todos os que, pela fé, confiam em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas.
Na Septuaginta, uma antiga tradução das Escrituras do Antigo Testamento para a língua grega, o termo grego traduzido por “graça” é charis que significa “graça ou favor imerecido”. As Escrituras Hebraicas não possuem nenhum termo hebraico equivalente. Os termos originais hebraicos traduzidos na Septuaginta por charis são chanan ou chen, que se traduzem por “graça”, “favor” ou “misericórdia”.
Essas duas palavras hebraicas são usadas no Antigo Testamento para retratar o mesmo significado de charis: (1) mostrar misericórdia para com o pobre (Pv 14.31); (2) proporcionar misericórdia àqueles que invocam a Deus em tempo de angústia (Sl 4.1; 6.2; 31.9); (3) demonstrar favor a Israel no Egito (Êx 3.21; 11.3; 12.36); e (4) conceder (Deus) Sua graça a determinadas pessoas, tais como Noé (Gn 6.8), José (Gn 39.21), Moisés (Êx 33.12,17), e Gideão (Jz 6.17). Além disso, a graça de Deus será derramada sobre a nação de Israel no tempo da sua salvação (Zc 12.10).
A graça e a misericórdia também foram manifestadas a nações inteiras. O Senhor, por Sua graça, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito.
Outros termos hebraicos, tais como,racham ou rachamim (i.e., “misericórdia”) echesed (“amor leal” ou “bondade”) muitas vezes ocorrem juntos no texto hebraico para expressar o conceito da graça de Deus (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 86.15; 145.8; Jl 2.13; Jn 4.2). Graça, amor e misericórdia estão explicitados na aliança de Deus com o rei Davi, a qual se estendeu a seu filho Salomão mesmo depois que este veio a pecar no decurso de sua vida (2 Sm 7.1-17).
Deus não outorgou Seu amor e graça a Israel por qualquer mérito dessa nação. Deus escolheu Israel para que fosse o povo de Sua propriedade exclusiva através de um ato de pura graça (Dt 7.6-9).
A graça e a misericórdia também foram manifestadas a nações inteiras. O Senhor, por Sua graça, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito, supriu as necessidades da nação durante sua peregrinação no deserto e lhes concedeu a terra de Canaã. O amor do profeta Oséias por sua esposa Gômer, uma prostituta, ilustrava a graça e misericórdia de Deus para com Israel. Embora Gômer fosse uma esposa infiel, Oséias demonstrou-lhe graça, misericórdia e amor, ao resgatá-la do mercado de escravos pelo pagamento de um preço. Ela tipificava a nação de Israel redimida da escravidão do pecado.
Pela graça de Deus a ímpia cidade de Nínive foi poupada da destruição ao arrepender-se de seu pecado com a pregação de Jonas.
No Novo Testamento, o conceito de graça encontra uma expressão mais precisa, rica e completa no termo grego charis, o qual ocorre, no mínimo, por 170 vezes. A graça de Deus assume uma dimensão pessoal totalmente nova e se torna evidente ao ser humano nas palavras e obras do ministério redentor de Jesus Cristo. Que prova maior da graça de Deus poderia ser dada do que essa da salvação?
Foi o próprio Deus que, em Sua bondade e graça, tomou a iniciativa de providenciar a salvação para o homem após a queda de Adão no pecado. A graça de Deus se revela à humanidade de duas maneiras fundamentais:

A Graça Comum

A graça comum se refere ao imerecido favor, amor e cuidado providencial de Deus, estendidos a toda a raça humana em corrupção, pelos quais Deus derrama Suas bênçãos sobre todos em geral, tanto sobre os salvos quanto sobre os descrentes (Sl 145.8-9). Deus refreia Sua ira contra a humanidade pecadora, concedendo a uma nação ou a uma pessoa o tempo necessário para que se arrependa – o que vem a ser uma extensão da graça comum do Senhor.
graça comum também pode ser constatada na obra do Espírito Santo, quando este move o coração de uma pessoa ao persuadi-la(lo) e convencê-la(lo) da necessidade de buscar a salvação por intermédio de Jesus Cristo (Jo 16.8-11).

A Graça Especial

Graça = Favor imerecido que Deus concede ao homem.
A segunda maneira de Deus revelar Seu favor é através da graça especial,comumente denominada de graça eficaz, efetiva ou graça salvadora. A graça de Deus é eficaz na medida em que produz salvação na vida dos indivíduos eleitos que depositam sua fé na morte de Cristo e no sangue que Ele derramou na cruz para remissão de seus pecados. A graça eficaz é conhecida por experiência no momento em que Deus, pela instrumentalidade do Espírito Santo, opera de forma irresistível na mente e no coração de uma pessoa, de modo que o indivíduo escolha livremente crer em Jesus Cristo como seu Salvador.
Os crentes em Cristo são chamados, não segundo suas obras de esforço próprio, mas conforme a “determinação e graça” de Deus (2 Tm 1.9).
O apóstolo Paulo é um exemplo clássico da chamada eficaz de Deus. Ele foi chamado, não por sua vontade, mas “pela vontade de Deus” (1 Co 1.1). Na realidade, ele tentava destruir a Igreja até o momento em que se converteu a Cristo, conversão essa que ocorreu pela graça de Deus (At 9).

A Demonstração da Graça de Deus

A graça de Deus se evidencia de diversas maneiras na vida de um crente em Cristo.

Graça Salvadora

A palavra salvação é um termo abrangente. Refere-se ao ato redentor de Deus pelo qual Ele, no presente momento, redime o indivíduo da penalidade e do poder do pecado, e, no futuro, libertará o crente em Cristo da presença do pecado na ocasião da glorificação dos salvos. A salvação é um dom gratuito de Deus, concedido a uma pessoa em virtude da graça, por meio da fé, independente de qualquer obra ou mérito da parte da pessoa que o recebe. No momento da salvação, a graça imerecida e a fé do crente são dons que procedem diretamente do Senhor àqueles que põem sua fé em Cristo (Ef 2.8-9).
A graça da salvação, oferecida na atual dispensação, inclui cada aspecto da obra redentora de Deus em favor dos crentes em Jesus e abrange a redenção, a propiciação, a justificação, o perdão, a santificação, a reconciliação e a glorificação para aquele que, pela fé, recebe a Cristo.

Graça Santificadora

Deus, por intermédio do Espírito Santo, providenciou dons espirituais sobrenaturais com o objetivo de equipar e capacitar cada crente em Cristo para o seu ministério [i.e., serviço] na igreja local.
Naquele momento em que a pessoa, pela fé, recebe a Cristo, ele (ou ela) é santificado pela graça de Deus. A palavrasantificação significa “tornar santo” ou “separar para Deus” com propósito ou uso sagrado. A Bíblia menciona pessoas, lugares, dias e objetos inanimados consagrados (i.e., separados) a Deus. No que se refere a um indivíduo, a santificação pode ser definida como a obra da livre graça de Deus através do Espírito Santo, na qual Ele separa o crente para ser amoldado ou conforme à imagem de Cristo.
As Escrituras se referem a três estágios de santificação pela graça de Deus. O primeiro deles é o da santificação posicional que diz respeito à posição santa do crente perante Deus, fundamentada na redenção que Cristo efetuou a seu favor.
O segundo estágio é o da santificação progressiva, na qual o crente em Cristo se encontra no processo de ser santificado através da Palavra de Deus (Jo 17.17). Os crentes são exortados a crescer “na graça” (2 Pe 3.18); na busca desse crescimento, tornam-se recipientes do favor imerecido que procede do Senhor. O crescimento na graça não é obtido por meios naturais, mas se dá através do estudo da Palavra de Deus (2 Pe 1.2-3,5-6,8). À medida que um crente em Jesus cresce na graça, o fruto do Espírito se torna manifesto através da vida dele ou dela (Gl 5.22-23), levando a pessoa a uma conformidade com a imagem e semelhança de Cristo (Rm 8.29).
O terceiro estágio é o da santificação completa ou perfeita, que os crentes conhecerão por experiência quando receberem seus corpos glorificados e se completar a sua redenção (Rm 8.30; Ef 5.27). Esse acontecimento se concretizará na ocasião do Arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51-52; 1 Ts 4.16-17).

Graça Servidora

A palavra dom (do termo grego charisma: “dádiva ou dom da graça”) se refere a um favor que alguém recebe gratuitamente, sem merecê-lo. Deus, por intermédio do Espírito Santo, providenciou dons espirituais sobrenaturais com o objetivo de equipar e capacitar cada crente em Cristo para o seu ministério [i.e., serviço] na igreja local. Não existe apenas um dom, mas, sim, uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes (Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-11; Ef 4.7,11-12; 1 Pe 4.11).
O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou da punição de Deus.
Os crentes dispõem de “diferentes dons segundo a graça que [por Deus] nos foi dada” (Rm 12.6). Alguns crentes possuem uma abundância de dons, enquanto outros possuem apenas um ou dois. Esses dons, ou graças, não são dons, talentos ou habilidades naturais; pelo contrário, são dons proporcionados por Deus, os quais, através do crente, efetuam a edificação do Corpo de Cristo, rendendo, assim, a glória que pertence a Deus.
No uso de seu dom, um crente deve se dirigir às outras pessoas com uma atitude de graça. O apóstolo Paulo declarou: “A vossa conversa seja sempre com graça” (Cl 4.6; conforme a Tradução Brasileira). No que dizia respeito ao serviço para o Senhor, Paulo estava equipado, não com sua própria força e poder, mas com a graça de Deus que lhe fora outorgada. Ele disse: “...trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Co. 15.10).

Graça Sofredora

O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou da punição de Deus. Paulo tinha um “espinho na carne” (i.e., uma debilidade física) que ele, por três vezes, suplicara a Deus para que fosse removido. Cada uma de suas súplicas recebeu esta mesma resposta: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9). Em outras palavras, a graça de Deus era suficiente para fortalecer Paulo em sua dificuldade física, de modo que ele a pudesse suportar. O mesmo acontece com os crentes nos dias atuais. Deus proporciona a graça suficiente para nos fortalecer em meio a qualquer provação, tentação ou período de sofrimento.
Paulo resumiu isso com muita propriedade, quando escreveu: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). Isso diz tudo. Junto com a compositora daquele hino, cantamos: “Maravilhosa, infinita, incomparável...” é a surpreendente graça de Deus.

Notas:

1. J. Dwight Pentecost, Things Which Become Sound Doctrine, Westwood, NJ: Fleming H. Revell, 1965, p. 19.

domingo, 13 de julho de 2014

Os Atributos de Deus

“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jr.9:23,24).

Introdução: A importância do conhecimento de DeusDeus pode ser conhecido verdadeiramente (Jo.17.3), ainda que não possa ser conhecido plenamente (Sl.139.6; Rm.11.33-34).

Conhecer a Deus é a tarefa primordial e mais importante no que se refere às coisas espirituais. Sem um verdadeiro conhecimento de Deus é impossível ser salvo ou servi-lo e adorá-lo verdadeiramente (Jo.4:22).
Para conhecermos a Deus é necessário que Ele se revele a nós (Mt.11:27; Rm.1:19), pois não podemos conhecê-lo com nossos próprios esforços (I Co.1:21).

Deus se revela na natureza e principalmente em Sua Palavra.

O que são os atributos de DeusOs atributos divinos são as características de Deus, a soma das quais definem quem Ele é.

Eles refletem diversos aspectos da mesma essência divina.

Os atributos de Deus

Trindade: Deus existe eternamente como três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus. Todos os atributos divinos aplicam-se a cada pessoa da Divindade (Mt.3:16,17; Mt.28:19; I Jo.5:7).

Independência: Deus é um ser não causado e ninguém além d’Ele próprio sustenta Seu ser. Ele não precisa de nós nem do restante da criação para nada, pois existe por si mesmo e não depende de qualquer coisa externa a si próprio para existir (Jo.5:26; At.17:28; Ap.4:11);

Eternidade: Deus não tem princípio nem fim nem sucessão de momentos no Seu próprio ser, e percebe todo o tempo com igual realismo. Ele criou o próprio tempo e, portanto, é independente dele (Ex.3:14; Sl.90:2; II Pe.3:8);

Imutabilidade: Deus é imutável no Seu ser, nas Suas perfeições, nos Seus propósitos e nas Suas promessas. Deus não pode mudar porque é eterno e perfeito (Sl.102:25-27; Ml.3:6; Tg.1:17; Sl.33:11; Nm.23:19);

Unidade: Deus não está dividido em partes, mas percebemos atributos diversos enfatizados em momentos diferentes. Não existe um atributo mais importante do que o outro (I Jo.1:5; 4:16);

Espiritualidade: Deus é espírito e, portanto, não tem corpo. Ele existe como ser que não é feito de matéria e que não tem partes, formas ou dimensões (Jo.4:24; I Tm.1:17; Ex. 20:4-6; Dt.4:15-16). As passagens que atribuem a Deus partes corporais (II Cr.16:9; Sl.91:1-4) devem ser entendidas em sentido figurado, pois são antropomórficas;

Onipresença: Deus está presente em todo lugar, estando envolvido na criação e na vida dos indivíduos (Sl.139.7-10);

Onisciência: Deus possui todo o conhecimento, o que significa que Ele conhece inclusive o futuro e os nossos pensamentos (Jó 37.16; Sl.139.1-4; Is.46.10; Rm.11.33; Hb.4.13);

Onipotência: Deus pode fazer tudo aquilo que deseja (Gn.17.1; Jó 42.2; Sl.115.3; Is.43.11-13; Mc.10.27). Ele não pode pecar ou agir contra Sua própria natureza (Tg.1.13);

Amor: Deus é amor, o que significa que Ele se doa eternamente aos outros (I Jo.4:8; Jo.17:24). Deus ama a todos, mas não da mesma forma (Mt.5:45; Rm.8:35-39; Rm.9:13);

Justiça: Deus sempre age segundo o que é justo, e Ele mesmo é o parâmetro da justiça (Dt.34:4; Gn.18:25; Is.30:18; Jr.9:24; At.17:31);

Ira: Deus odeia intensamente todo o pecado e aqueles que o praticam (Rm.1:18; 9:22-23; Jo.3:36). O cristão não deve temer a ira de Deus, visto que foi salvo dela pela justiça de Cristo (Rm.5:9);

Vontade: Deus aprova e decide executar todo ato necessário para a existência e para a atividade de si mesmo e de toda a criação. A vontade de Deus envolve as escolhas divinas do que fazer e não fazer (Mt.10:29; Ef.1:11; Ap.4:11; At.4:27-28; Tg.4:13-15). É dividida em vontade secreta e vontade revelada (Dt.29:29). A vontade revelada refere-se a tudo aquilo registrado na Bíblia, e a vontade secreta refere-se aos decretos pelos quais Deus rege o mundo e determina tudo o que irá acontecer;Santidade: Deus é santo (I Sm.2.2; Sl.99; Is.40.25; Ap.15.4) em dois aspectos: transcendência e pureza moral.

A transcendência mostra como Deus está separado e é independente do espaço e do tempo, não sendo limitado por eles (Is.57.15).

A pureza moral mostra como Deus está separado de tudo o que é pecaminoso (Lv.20.26; I Pe.1.15,16).





Bibliografia:CHEUNG, Vincent. Teologia Sistemática.Reformation Ministries International, cap.3.GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática.Editora Vida Nova, caps.11, 12, 13